Então perverso olhou para minha inocência e falou o que eu queria ouvir: Não morreras pó, você pode ser divino e será se apenas comer. Meu coração disparou fiquei fissurado com a idéia, pois esta palavra já tinha lugar em meu coração. Porem não sabia que foi Aquele que encontrava comigo todo dia, que colocará esta palavra em meu DNA quando sobrou seu respirar em meu interior, embora sendo pó, estava destinado ser uma Rainha. Estava louca demais para perceber, quando me dei conta já estava comendo, quando comi em minha boca se tornou amargo como fel mais em meu estomago era doce como mel.
Na minha loucura troquei a inocência pela inconsciência, e dei daquele fruto ao meu companheiro que também comeu. E como por magia meus olhos se abriram como num vermelho sombrio, tudo perdeu o sentido a minha volta, antes havia um sentimento: era tudo muito lindo não faltava nada, porem agora apesar de tudo estava faltando alguma coisa que na minha inconsciência não sabia bem o que era.
Viver parecia sem GRAÇA, mas afinal de contas, o que me falta?
Quando me vi, notei que estava nua, que coisa quem tirou minhas roupas?
Fiquei com medo, logo aquele gosto de mel em meu estomago havia passado, mas o gosto amargo em minha boca aumentava a me medida que toda a simplicidade que era minha tinha me deixado. Como eu estava feia, mal cheirosa, gorda, quão tola eu sou, aquele que sempre se importou comigo, que diariamente conversávamos bem que me avisou nunca me negou a verdade; que no dia que comesse daquele fruto eu iria morrer, como não bastasse todo aqueles sentimentos, sem perceber que já estava morta temi que aquele que era o Verdadeiro iria me matar.
Então tomada de um medo terrível e me sentindo sem cobertura, não sabia o que realmente estava precisando, colhemos folhas de figueira e fizemos roupas.
Estava chegando a hora de o Verdadeiro chegar, como desejei estar diferente para Ele, por isso me escondi, quem sabe se desse tempo para FAZER uma roupa melhor, TER um perfume para amenizar este meu cheiro.
Em minha loucura, medo e inconsciência, não percebi que não era por algo que pudesse fazer ou por alguma coisa que adquirisse, mais por ter entregado ao Perverso minha própria essência, essa essência não era FAZER e nem TER, mas SER, o Verdadeiro se importava comigo simplesmente porque eu existia.
A hora do encontro na viração sempre foi para mim o momento mais esperado, agora não queria de jeito nenhum que esta hora chegasse, me sentia fazia sem luz e um remorso terrível não sabia, mas estava me condenando pela suas palavras: "não comas".
Ate que de repente, meu coração acelerou quando escutei uma voz que me chamava, movida pela condenação me escondi ainda mais no fundo da floresta, entretanto no profundo de meu coração queria mesmo correr para seus braços ...
Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia,
assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos,
e se apartem da simplicidade que há em Cristo.
II Coríntios. 11.3
Continua...
Claudio Isidoro.
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