terça-feira, 8 de maio de 2012

Vamos acertar os ponteiros.

Em um subúrbio londrino existia um relojoeiro, já com idade avançada. Trabalhar, para ele, era a razão de sua vida. Ensinar seu ofício era um prazer constante. Poucos, entretanto, tinham a paciência com a qual ele se dedicava aos relógios de todo o tipo.

Seus aprendizes não tinham a mesma abnegação e logo desistiam. Ele já havia consertado muitos relógios ao longo de sua vida.

Certa feita, um rico senhor apareceu em sua modesta lojinha. Com desdém, quase sem disfarçar a repugnância por aquele estabelecimento tão diferente das lojas que ele freqüentava, abordou o humilde artesão.
- “Meu caro senhor! Aqui tenho um relógio muito raro. Ele está com um defeito que, até agora, nenhum especialista, nesta ilha ou fora dela, conseguiu descobrir.”
- “O que podes fazer?!”
- “Quanto tempo levarás para consertá-lo?!”

Sem disfarçar sua descrença naquela simplória figura, muito distante de sua casta, o empinado senhor, suavemente, pousou o relógio na mesa da oficina. Já em retirada exclamou:
- “Outros especialistas levaram muito tempo com ele e nada consertaram! Espero que não tome muitos dias para descobrir!”
- “Cuidado!! É uma peça rara!”

                          

Sem nada dizer o velho calmamente pegou sua lente monocular, buscou em uma caixa de ferramentas uma haste muito fina e longa. Abriu a raridade e detidamente analisou seu interior. Com firmeza, adentrou a ferramenta por trás das engrenagens antigas e robustas. Alcançou uma haste muito delicada, quase invisível. Recolocou-a no lugar e devolveu o relógio para o impávido aristocrata.
- “Aí o tens funcionando perfeitamente!”

                       

Ainda sem acreditar no que via, o elegante senhor perdeu a rigidez e quase curvando-se em gratidão exclamou:
- “Como pode?! Tão rápido!!! Quanto custa?”

Sem titubear o velho respondeu:
- “São duas mil libras, caro senhor!”

Sem acreditar no que ouvia o petulante cliente exclamou:
- “Que ultraje!! Tal preço por um trabalho que não durou um minuto!!!”

Sem querelas, o velho tomou delicadamente o relógio do nobre, introduziu a pinça e retirou a haste de seu recanto. Devolveu a relíquia para o espantado homem:
- “Toma! Vai procurar quem te faça mais barato!”

Moral da História:

Essa estória nos ilustra a segurança e a competência de alguém que sabia tudo sobre relógios... O valor cobrado recompensava o preço pago pela dedicação, que permitiam ao mestre corrigir tão rapidamente o defeito.

Em se tratando de nossa vida só existe uma pessoa totalmente competente para arrumar nossos mais profundos defeitos... Sendo assim procuramos em vão em muitos lugares e em muitas pessoas que possam trazer conserto a nossa valiosa vida, claro que encontramos em nossa caminhada pessoas maduras que nos auxiliem. Entretanto muitos tem esperado de pessoas aquilo que só o Pai pode dar, perfeição, gerando em muitos magoas e decepção.
Por conseguinte assim como neste conto, existe um “preço a ser pago” e acredite este preço já foi completamente pago. Porem para quem deseja receber conserto, necessita confiar totalmente nas mãos hábeis do criador e esta confiança de certa forma também é um preço a ser pago, que infelizmente nem sempre estamos disposto a pagar.
Tenha humildade e siga os magos, eles foram até o Rei, mesmo em uma estrebaria... Pense nisto.

Autor desconhecido.


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