Paz do
Senhor queridos irmãos,
Todos nós passamos por sofrimentos,
tribulações, angustias e às vezes parece que estamos literalmente no deserto.
Mas quero compartilhar algo que mudará
sua concepção sobre este lugar chamado deserto.
Precisamos compreender que o Senhor tem
uma razão para nos levar ao deserto, sim, existe um motivo para isso.
Contudo ao contrario do que pensamos
deserto não é sinônimo de sofrimento e solidão.
Parece estranho essa ideia, pois estamos
acostumados a relacionar o deserto à sequidão e morte, mas isso não é verdade.
Vamos analisar quando Davi foi
levado a uma caverna no deserto para se esconder de Saul que queria mata-lo a todo
custo.
Qual era a maior necessidade de Davi
naquele momento de perseguição?
Segurança!
“Subiu Davi daquele lugar e ficou
nos lugares seguros de En-Gedi. Tendo Saul voltado de perseguir os
filisteus, foi-lhe dito: Eis que Davi está no deserto de En-Gedi.” 1
Samuel 23:29 e 24:01
Deus precisava esconder Davi em um lugar
onde Saul e seus homens não pudessem encontra-lo.
É nesse contexto que precisamos
abrir nossas mentes:
O deserto é um lugar extremamente
seguro. Suas muitas dunas de areias que se movem constantemente com o vento fazem
as paisagens mudarem constantemente, impossibilitando detectar alguém
escondido. Neste lugar existem varias cavernas escondidas e suas curvas são
como labirintos naturais.
Então realmente deserto é um lugar
que representa abrigo, refugio para quem busca esconderijo.
Contudo Deus não levaria Davi a um lugar
onde ele morre-se de fome, insolação e desidratação, não é mesmo?
Hoje iremos quebrar alguns paradigmas
a cerca do que entendemos por deserto.
No deserto de Israel existe fontes
de águas límpidas. Isso mesmo, dentro das cavernas escondidas em meio à
vastidão de areia e pedras, existem fontes de águas límpidas onde Davi poderia matar sua
sede.
Um querido pastor que foi alguns
meses atrás no deserto de Israel, compartilhou comigo essas informações e outro
detalhe importante que ele me disse foi que lá o silencio é sepulcral.
É possível ouvir qualquer barulho a quilômetros
de distancia.
Assim o deserto se torna um lugar
perfeito para que Davi pudesse ouvir seus inimigos chegando e foi exatamente o
que aconteceu, quando Saul adentrou na caverna, Davi já sabia de sua chegada.
Entretanto o sentido do silencio é mais
profundo.
Na antiguidade os servos de Deus
eram direcionados ao deserto para poder ouvir a voz do Senhor em meio ao
silencio.
O que aprendemos nesse contexto é
que no deserto podemos ouvir a voz de Deus.
Basta fecharmos nossas bocas e
atentarmos os ouvidos para podermos ouvir a voz do Senhor em meio ao silencio.
Muitas vezes dizemos que Deus está calado,
que Ele não responde nossas orações. Mas nessas circunstancias paramos para
ouvir ao Senhor?
Ou ficamos murmurando e reclamando?
Só ouviremos a voz de Deus quando o
barulho de nossas vozes cessarem.
Voltando para a necessidade de Davi
naquele momento de tribulação, podemos observar a segurança da caverna em 1
Samuel 24:3 onde Saul ao procurar Davi
acaba entrando na mesma caverna para descansar:
“Chegou a uns currais de ovelhas no
caminho, onde havia uma caverna; entrou nela Saul, a aliviar o ventre. Ora,
Davi e os seus homens estavam assentados no mais interior da mesma”.
Ou seja, Saul entrou na caverna que
Davi se escondera e mesmo assim não o encontrou. Era realmente um verdadeiro
labirinto.
Ao ler a continuação da história,
você verá que Deus coloca Saul nas mãos de Davi. E Davi guiado pelo Espírito do
Senhor decide não matar ao rei, mas somente cortar a orla de seu manto.
Depois quando Saul se retira da
caverna, Davi sai ao seu encontro para mostrar-lhe que Deus o havia colocado em
suas mãos.
Foi no deserto que Deus possibilitou
a vitória de Davi sobre o rei Saul.
Deus muitas vezes nos leva para o
deserto para nos privar de sermos esmagados pelos nossos inimigos. O que não
podemos fazer é achar que Ele nos abandonou em meio ao nada, pois o Senhor
nunca irá nos desamparar, mas sempre suprirá nossas necessidades em meio às
perseguições, para que através das provas sejamos aprovados por Ele.
Quando Davi estava escondido na
caverna, fraco e angustiado ele clamou a Deus por socorro, Salmos 142:
Ao Senhor ergo a minha voz e clamo,
com a minha voz suplico ao Senhor.
Derramo perante Ele a minha queixa,
à sua presença exponho a minha tribulação.
Quando dentro de mim me esmorece o espírito,
conheces a minha vereda. No caminho em que ando, me ocultam armadilha.
Olha à minha direita e vê, pois não
há quem me reconheça, nenhum lugar de refúgio, ninguém que por mim se
interesse.
A ti clamo, Senhor, e digo: tu és o
meu refugio, o meu quinhão na terra dos viventes.
Atende o meu clamor, pois me vejo
muito fraco. Livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu.
Tira a minha alma do cárcere, para
que eu dê graças ao teu nome; os justos me rodearão, quando me fizeres esse
bem.
A tribulação e o perigo muitas vezes
se faz necessária para sairmos da zona de conforto e clamarmos a Deus.
Quando Davi diz que derrama perante o
Senhor a sua queixa, ele está expondo sua profunda angustia.
E você? Tem clamado ao Senhor expondo para Ele sua angustia?
O Senhor conhece as suas veredas.
Ele sabe o caminho que você está traçando e quer direcionar seus passos pelo
caminho correto para que você não tropece em meio às armadilhas.
Feliz é aquele, que como Davi, não
se sente dependente dos homens, pois assim aprende a depender de Deus e
submeter-se cadê vez mais à Sua vontade.
“A minha graça te basta, porque o
poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas
fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer
nas fraquezas, nas injurias, nas necessidades, nas perseguições, nas angustias,
por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.” 2
Coríntios 12:9 e 10.
No deserto,
Jessé Ricci
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