quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Última chance


Bom dia queridos leitores!

Já havia comentando no post anterior que me ausentei algumas semana do blog devido ao meu trabalho de conclusão do curso, o famoso TCC. Eu estou exausta, rs. É tão extenso, cansativo, minimalista, que nos suga por completo.

O TCC é o termômetro para identificarmos nosso aprendizado durante os quatro ou cinco anos do ensino superior. O meu projeto exigiu muito de nós, por abordar conceitos lá do primeiro semestre, a três anos e meio atrás, onde tudo e todos eram diferentes, inclusive eu. Que sufoco! Deus deu graça, terminamos e vamos entregá-lo hoje, para apresentá-lo no próximo dia 21 (agüenta coração) haha.

Você já parou pra pensar?

E se Deus nos desse um TCC, a fim de entrarmos no Reino dos Céus? E se nesse projeto houvessem exigências do seu primeiro ano de conversão? Tipo...o PRIMEIRO AMOR?

Eu ingressei deslumbrada na faculdade, amando tudo, curtindo ao máximo.  Mesmo porque, como já comentei aqui, esse era o grande sonho da minha vida. Desde o princípio me peguei apaixonada pelo curso. Não media esforços. Estudava todos os dias até altas horas, virava noites fazendo trabalho, não estava nem aí em deixar de sair com meus amigos ou ficar com minha família, eu estava curtindo loucamente o que eu tanto amava e no fundo, no fundo amava aquela rotina INSANA.

Mas, como era de se esperar, a empolgação acabou. O terceiro ano foi cruel. Comecei o ano doente, fui hospitalizada e diagnostica com um nível altíssimo de stress. Irônico, não? Enfim, com o passar do quinto semestre, comecei odiar a minha rotina e os esforços realizados durante os dois primeiros anos, tornaram-se sacrifícios cruciais. Irritava-me mensalmente com o alto valor do boleto da Instituição de ensino, assim como queria sair com minhas amigas e curtir minha família, o que dificilmente acontecia, devido ao tempo escasso.  Uma das minhas melhores amigas, vocês a conhecessem como Jéssica Tamayose, abandonou o curso por obediência a Deus e pronto, o desânimo reinou em minha vida.

Assim também é nossa vida espiritual. O começo? É Lindo! As primeiras notas de uma canção de adoração é o suficiente pra nos quebrantar. A paixão por Jesus? Intensa! Passamos noites acordados, orando, adorando, conhecendo-O e nos apaixonando por Sua presença.

As primeiras sensações são magníficas. As primeiras experiências indizíveis. Tudo se resume a Ele. Quando nossos amigos tentam conversar, nosso assunto é Ele. Tudo gira em torno Dele. Respiramos aquela doce e santa Presença como se fosse nossa última chance. Andamos em meio a nuvens, caminhando em graça e amor, ansiando por Ele o tempo todo em todo o tempo.

Mas, não dura para sempre. Logo, aparecem os problemas. Cobrança de líderes, ego super abastecido com elogios dos irmãos, motivações errôneas, machucados profundos na alma por palavras de morte, tantas picuinhas, tantas implicâncias, que a verdadeira essência se perde, vai embora, é sucumbida por homens, seus erros e nosso erro em olhar para eles.

Voltando ao relato sobre a faculdade, meu comportamento mudou drasticamente do final do terceiro ano (2011) pra cá. Não tirei notas ruins, porque abomino isso. Mas, não suguei tudo o que poderia ter sugado de meus professores. Fui uma aluna comum, com um aprendizado comum, não mudei o mundo e pra ser sincera, nem quis.  Não fiz a diferença que poderia te feito. Tudo o que almejava era o meu diploma, minhas finanças folgadas e tempo, tempo pra dormir ou fazer qualquer coisa.


Até que chegou o TCC. E aí? Eu tive que regressar ao meu primeiro amor, as lições aprendidas bem no comecinho tiveram que ser revistas. Tive também que amargar minhas decepções ao decorrer do curso, senti saudade, chorei, perdoei, fui perdoada. Quis voltar lá atrás e viver tudo de novo. Os risos dos meus amigos que largaram o curso ecoaram em minha mente e eu sorri tão feliz por ter vivido aqueles momentos, que bons ou maus me fizeram ser quem eu sou hoje, e me entristeci por não ter aproveitado mais aqueles abraços, aquelas vozes.

E no final da semana que antecedeu a entrega, eu tive que parar tudo e encarar. Ou eu fazia, ou fazia. Deixei minha família de lado, meus amigos, meu namorado e me joguei de cabeça no projeto.     
   
O final do meu projeto não se resumiu em um book perfeito, com todos os conceitos bem amarrados. E nem nota dez eu vou tirar. Mas, sabe que não me importo?

Os erros contidos são a ilustração dos erros cometidos durante minha passagem pela faculdade. Alguns itens estão em perfeito estado, outros nem tanto e outros, nunca retornarão a seu estado inicial. O que importa é que esse foi o caminho que trilhei pra chegar aqui, madura e forte, com algumas cicatrizes e um coração mudado. Segura e realizada, cheia de desafios pela frente.

E assim também é nossa vida cristã, os espinhos, as humilhações, os erros, o caminho traduz quem nós somos e também o que deixamos de ser. O que ignoramos e o que não deveríamos ter ignorado. O que vivemos e o que deixamos de viver. O que priorizamos e o que deixamos de priorizar. Lições preciosas!

A boa nova é que ainda há tempo. Há tempo de você voltar e se dedicar ao projeto do Reino que o Senhor lhe deu lá no início da sua vida com Ele, o primeiro e puro amor.


E daí que estamos pobres, nus e descalços? E daí que teremos que engolir nosso orgulho e perdoar nossos devedores e pedir perdão a aqueles que ferimos pelo caminho? E daí que vamos ser confrontados por nossos erros?

O importante é que vencemos até aqui, e vamos prosseguir em direção ao noivo, em direção ao primeiro amor.

Há um anseio no coração do Noivo. Ele nos quer. O Noivo deseja a noiva.

Vamos?

Vamos fazer valer a pena?

Vamos nos apaixonar INSANAMENTE por Ele?

Vamos viver o que nascemos pra viver?

Esta pode ser a nossa última chance. Esse pode ser o último aviso. E hoje talvez, pode ser o último dia que você poderá falar sobre Ele com seus amigos.

Ao ser abordada na rua por alguém conhecido, é Dele que eu quero falar, como nos velhos tempos, como no primeiro amor.


Uma chance igual a esta, talvez não tenhamos mais.




Voltando ao Noivo,
Lara Silva.

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