terça-feira, 10 de abril de 2012

Uma história de amor.

 Quando eu vi o Senhor, percebi que todos os meus caminhos me levaram exatamente aonde eu deveria estar.
 Caminhos espinhosos, caminhos escuros, longas caminhadas no deserto, estúpidas pausas em cavernas, caminhos de riso, caminhos de vitória.

 Quando eu entendi quem Tu És, percebi que eu fui criado para ser Sua. O jeito que me conheces, o jeito que me olha, o jeito que me ensina o jeito que És: TUDO em Ti, me completa.



 Lembro- me daquele dia solitário no quarto de hospital, quando Sua Doce Presença invadiu aquele lugar e me acalmou durante o desespero. Lembro-me dos tombos (muitos) em que eu não queria me levantar com vergonha dos meus irmãos e a Sua insistência em me levantar.

 Lembro-me do vale da sombra da morte (como poderia me esquecer?) e do amor incalculável que me resgatou daquele lugar.

 Foram tantos os tempos: Chorei, sorri, dancei, me lancei ao pó, perdi, venci e Tu estavas lá.
 Confesso que ainda tenho dificuldade em entender Seu tempo, tão diferente da minha visão limitada. Mas, como me dissestes dia desses, eu não preciso entender, eu só preciso viver intensamente.

 Quando eu choro, Estás comigo e queres me ensinar uma lição preciosa. Quando eu sorrio, logo sorris também ao perceber que por um instante eu reconheci Tua essência.

 Lembra-Se dos tombos? Como eu sou teimosa. Demorei pra Lhe deixar passar o remédio, pensando fosse doer desesperadamente, e nem doeu. Com Suas mãos tocava a ferida e com Seus olhos olhava fixamente nos meus e me fazia entender: "Eu estou cuidando de você!".

 Depois de curada, eu tinha receio em olhar a cicatriz. Então, como todo o amor, pegou minhas mãos e a me fez toca-lás. Nem cócegas mais elas faziam. E quando isso aconteceu, comecei a rir como uma boba da minha infantilidade e Ristes novamente comigo.

 E os vales Senhor? Como eu Te dei trabalho não é mesmo? O medo de andar naqueles lugares escuros e das trilhas que tínhamos que passar que tantas vezes fizeram meus pés sangrar.

 Com Seu jeito doce, me colocou em Suas costas e me carregou até a primeira fonte. E mesmo com os pés doendo, eu sorria quando me contavas sobre quem querias que eu fosse.

 E ali na primeira fonte do nosso caminho, lavou meus pés que ao mesmo instante pararam de sangrar. Uma sensação de liberdade percorreu meu corpo e então eu quis dançar no meio do vale, lembra?

Como Seus olhos lindos e intensos, olhou-me e disse: "Querida, não podemos dançar aqui. Venha comigo, que te levarei a um novo lugar."

 Meus pés já estavam sarados, mas Seus ombros eram tão confortáveis, eu ainda tinha medo de pisar em novas pedras, Lhe pedi colo novamente. Mais do que depressa me pegou novamente em seus braços e dessa vez me levou voando ao céu.
 
Quando chegamos, me espantei e lhe perguntei: "Posso entrar aqui? Estou suja ainda do vale e não quero Lhe envergonhar."

 Então, o Senhor sorriu e me entregou novas vestes, brancas e puras. Eu as vesti chorando em perceber que nada do que eu fizera até ali havia mudado a forma que me vês.

 Quando me acheguei perto de Ti limpa e vestida com as Suas roupas, o Senhor não conteve o sorriso e me disse tão docente: "Estás linda, minha amada".

 Eu nunca havia me sentindo linda da forma como me descrevera. Eu sorri timidamente e pensei: beleza alguma se compara a Ele.

 O Senhor pareceu ter escutado meu pensamento, e me olhou fixamente nos olhos sorrindo. Eu me senti envergonhada e olhei para baixo, tentando me esquivar daquele momento.
 "Você me deve uma dança" Foi o que me disse. Eu apenas respondi: "Tenho esperado tanto por esse momento. Pensei que nunca mais dançaria Contigo."

 Naquele momento, uma lágrima escorreu no meu rosto e gentilmente a secou. Pegou em minhas mãos e me conduziu a um lugar tão lindo e tão encantador que nem reconheci que fazia parte da Sua casa.
 "Esta é a Sala, minha querida. A Sala do Trono". Mais do que depressa me lancei em Teus braços sedenta por aquela dança. E dançamos incansavelmente.

 Ah, meu coração suspira somente ao lembrar-se daquele momento.

 Logo em seguida, sentamos na varanda e contemplamos aquela vista tão imensa e arrebatadora.
 Tudo o que havíamos vivido, era tão perfeito! Nunca havia imaginado viver um amor como esse.  Então, recostei-me em Seu peito, suspirando de alegria profunda.

 De repente, Suas mãos alcançaram as minhas, tocaram-me o rosto e novamente me olhou nos olhos: "Eu te escolhi para ser minha pela eternidade. Nunca deixarei de Te amar. Casa-se comigo, amada minha?!"
 Meu coração saltou. Minha respiração parou. Houve silêncio. Eu ri histericamente e Lhe pedi desculpas por aquilo. O Rei que eu tanto amava me pedira em casamento. Mal podia acreditar. Como quem não se importasse, olhou-me novamente nos olhos.

 "Caso Contigo, Senhor. Com todo amor existente em mim e paixão ardente que tenho comigo, digo-Lhe que Tu És o amado que meu coração procurou em tantos vazios. Caso Contigo Senhor e selo hoje uma aliança no Teu Reino. Eu serei Tua pelo século dos séculos, pois desejo que sejas Meu, todos os segundos, minutos, horas e dias da eternidade."
 Seu olhar contemplou meus olhos e seus braços me abraçaram. E perdida nesse abraço estou, esperando o dia das Nossas Bodas.

Referência: Eclesiastes 3: 1 ao 8
 
Noiva apaixonada,
Lara Silva.

Um comentário:

  1. Extremamente incrível. Indecifrável a sensação de ler e me sentir fazendo parte desse texto. Me sentir a noiva também.
    Parabéns pelo trabalho. Beijão! Deus abençoe sempre vcs.

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