terça-feira, 5 de junho de 2012

Diário de Eva III

 Ate que de repente, meu coração acelerou quando escutei uma voz que me chamava, movida pela condenação me escondi ainda mais no fundo da floresta, entretanto no profundo de meu coração queria mesmo correr para seus braços.

 Mesmo necessitada de carinho e atenção, não resisti a meu impulso para se esconder, olhava para meu companheiro e nele havia o mesmo sentimento. Eu estava só, meu coração se encheu de indignação daquela serpente como fui tola, dando ouvido a suas mentiras e ignorei a verdade.

 Porem apesar de tudo que vinha em minha mente, na situação que me encontrava Ele não desistia de mim e continuava a me chamar, perguntando:

 Onde estás?

 Eu não saberia responder, embora estivesse ali no jardim, parecia que estava no mais escaldante deserto.

  Meu companheiro respondeu:

 Ouvimos sua voz, como estamos nus tivemos medo e escondemos.

 Disse o verdadeiro:

 Vocês provaram do fruto que pedi que não provassem?

 Como se não bastasse à acusação que vinha de minha mente, meu companheiro também me acusou e disse:

 Foi à mulher que tu deste que me fez comer.

 Foi ali que nasceu a acusação, você já foi acusado por alguém? Terrível, quando a gente é acusada, eu me senti um lixo, ninguém deveria se sentir assim... Sabia que eu tinha culpa porem estava com medo da verdade e quando fui questionado pela Verdade, também acusei, assim continuei escondida, agora atrás de minhas desculpas:

 Foi à serpente que me enganou... Hum, não somos enganados quando estamos convictos da verdade, a base do engano é quando nos entregamos a algo que desejamos em nosso coração, não passa de mentiras, pois essa é a pior serpente aquela que esta em nos. Estava simplesmente tentando me esconder atrás de desculpas... Se eu tivesse dado ouvidos ao Verdadeiro?

 Até as coisas mais naturais agora tornaram motivos para dor, cada filho que devesse iria me lembrar o quando dói não dar valor a verdade.

 O que mais me impactou naquela tarde, foi quando meu companheiro me chamou pela primeira vez de Eva, pois agora seria mãe de todos os viventes, e para tanto não me sentia que deveria ser. O Verdadeiro que agora eu o via como meu Senhor, me vestiu. Não havia no Jardim até aquele momento uma morte sequer e quando temi que eu iria morrer, um cordeiro toma meu lugar seu sangue foi derramado, com sua pele meu Senhor nos vestiu...

 Porem o pior ainda estava por vir...




 
Continua...
Claudio Isidoro.

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